segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Purgatório - Canto XI



























"As almas dos orgulhosos cantam o Pai Nosso, como parte da penitência que visa purificá-las através do exercício da humildade."

"Ó Padre nosso que nos Céus estás,
não circunscrito, mas em todo o amor,
que aos primos entes do teu feito dás,


louvado seja o teu Nome e Valor
por toda criatura, à qual apraz
render graças também ao teu Vapor.


Bem venha do Teu reino a nós a paz,
porque de procurá-la, se dos Céus
não vier mais, nosso engenho é incapaz.


Como, de seu querer, os anjos teus
fazem, cantando a ti, renúncia pia,
o mesmo façam os homens dos seus.


Dá-nos hoje o maná de cada dia,
que, se faltar neste deserto infido,
vi pra trás quem pra frente mais porfia.


E como nós o mal que hemos sofrido
a cada um perdoamos, tu perdoa
benigno, sem cuidar se é merecido.


Nossa virtude que preste esboroa
não experimentes co' o antigo adversário
mas dele nos liberta, que a aguilhoa.


Este rogo, Senhor, que último eu digo,
por supérfluo, não é pra o nosso bando,
mas pra os que ainda não têm o seu castigo.

Dante Alighieri

De sua principal obra, "A Divina Comédia" ("Purgatório"), tradução de Italo Eugenio Mauro.

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